segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

                                                                 ÁCAROS
                                                 

Os ácaros, tais como as aranhas, escorpiões e carrapatos, são aracnídeos. A maioria desses animais, pertencentes à Ordem Acarina (assim como os carrapatos), são tão pequenos que só podem ser vistos com auxílio de microscópios.
Habitam diversos ambientes e substratos, podendo viver em ambientes terrestres e aquáticos – inclusive marinhos. A maioria possui hábito predador, embora haja espécies de ácaros que se alimentem de plantas, outras que se alimentam de detritos e, ainda, espécies com hábitos parasitas.
Ácaros domésticos alimentam-se de escamas de pele e, por tal motivo, se alojam em colchões, travesseiros, etc., onde os níveis de temperatura e umidade são bons e há oferta de alimentos. Assim, suas fezes se dispersam nestes ambientes e a inalação destas pode provocar alergias – sendo os principais desencadeadores destas. Além das fezes, suas carcaças também causam este mal e, por tal motivo, nas estações mais secas do ano – quando muitos indivíduos encerram seus ciclos de vida - as pessoas tendem a sofrer mais crises alérgicas.
O ácaro causador da sarna, Sarcoptes scabiei, é um parasita cuja fêmea penetra na pele para se alimentar e depositar seus ovos. Assim, surge na pele uma erupção que provoca coceiras, acompanhada de pequenas manchas vermelhas e túneis, que podem aparecer entre os dedos das mãos, ao redor dos pulsos e cintura, axilas, etc., sendo as coceiras resultantes de reações alérgicas, causadas pela presença deste parasita.
A “sarna norueguesa” é causada pelo mesmo artrópode e causa crostas por muitas regiões do corpo, sendo uma manifestação rara, contagiosa e mais grave, que ocorre, principalmente, em pessoas com o sistema imunológico debilitado.
Ambos os tipos de sarna são transmitidos pelo contato direto da pele de uma pessoa infestada ou o contato com roupas de uso pessoal, de cama e de banho desta. Vale lembrar que a sarna de cães e gatos é causada pelo mesmo parasita.
Para encerrar, o ácaro Phytoseiulus longipes é uma espécie que preda o ácaro que destrói tomateiros, oTetranychus evansi. Ácaros fitófagos (que se alimentam de plantas), afetam a fotossíntese das plantas, prejudicando a sua produtividade. Assim, o primeiro, endêmico da cidade de Uruguaiana (SP), descoberto recentemente, é visto com otimismo como sendo a solução para o prejuízo que este último causa nas lavouras.

Morfologia Externa
O corpo do Árcaro se divide em duas regiões principais:Gnotossoma,ou capítulo e o Idiossoma.Essa divisão ocorre unicamente nesse grupo,sendo apontada diversas vezes como a sinapamorfia.


Gnatossoma

Localizado na região anterior dos ácaros, assemelha-se à cabeça generalizada dos outros artrópodes quando as peças bucais estão anexadas ao gnatossoma. O Gnatossoma é altamente complexo e especializado onde podem ser encontradas diversas adaptações para recepção sensorial, captura de alimento e digestão pré-oral. Possui papéis importantes quanto à transferência de esperma em alguns grupos, e quanto à produção de seda em outros. É uma região corporal bastante diversa na sua forma e função quando comparado à segmentos homólogos  de outros aracnídeos. Nessa estrutura se encontram as quelíceras e os palpos.

Quelíceras

As Quelíceras em Acari são órgão primários para aquisição de comida, usualmente adaptadas para mastigação, perfuração, dilaceração e sucção. Quanto à movimentação das quelíceras, a redução é mediada por músculos retratores que saem da parede dorsal do gnatossoma, enquanto a sua extrusão é guiada por pressão hidrostática gerada pela contração dos fortes músculos dorsoventrais idiossomáticos. A variação na morfologia da quelícera entre e dentro os grupos de Acari reflete na grande diversidade de hábitos alimentares e modos de vida da subclasse.
Quelíceras que auxiliam na transferência de esperma evoluíram em pelo menos quatro linhagens de Mesostigmata. O grupo Parasitiae possui um forâmen mediano na quelícera móvel, o espermatotrema, uma estrutura que preenche e dá a forma do espermatóforo nesse grupo. Os outros três grupos de Mesostigmata (Dermanyssial,Heterozerconina e Cilanopideal) possuem modificações na quelícera e na posição da abertura genital dos machos para a transferência de esperma. Carrapatos e outros Mesostigmatas mais basais depositam o espermatóforo diretamente no interior na abertura genital primária das fêmeas usando a quelícera ou contato ventre-a-ventre, enquanto Dermanyssiae machos transferem o esperma para uma abertura genital secundária nas fêmeas, o poro de indução de esperma, usualmente próximo a base das pernas nas fêmeas.

Palpos

Os palpos são utilizados como plataformas para ordenar receptores sensoriais, semelhante às antenas dos insetos. Entretanto, podem ser modificados em estrutura raptorial em alguns grupos, órgãos de suporte em parasitas, ou mecanismos de filtração em famílias que se alimentam de microorganismos, como Histiostomatidal. Como função basal, os palpos são utilizados para manipular a presa para dentro da região bucal. A quantidade de artículos dos palpos também é variável, um ou dois em Astigmata e Prostigmata, três ou quatro em Ixodida e cinco ou mais em Oribatida.

Idiossoma

O Idiossoma em Acari compreende toda a região posterior do corpo, consequentemente assume funções paralelas às do abdome, tórax, e partes da cabeça dos artrópodes. É tão diverso como todas as outras características de Acari, e suas variações constituem informações relevantes para caracterizar grupos, principalmente na forma e no grau de esclerotização. O idiossoma em Acari carrega um ou mais escudos esclerotizados. Na maioria dos grupos o grau de esclerotização aumenta com o tempo em relação ao grau no estágio larval, porém, em Astigmatina e alguns Oribatida ocorre retenção da quantidade de escudos do estágio larval. O idiossoma tem como função principal a proteção contra a predação, distúrbios ambientais e é usado como plataforma para inserção de músculos. As estruturas externas primárias do idiossoma estão envolvidas na locomoção, respiração, transferência de esperma, recepção sensorial, secreção e osmorregulação.
Órgãos sensoriais
Os órgãos sensoriais estão presentes na região do idiossoma. Podem ser quimiorreceptores, termorreceptores, hidrorreceptorres,fotorreceptores e mecanorreceptores, este último sendo o mais comum.

Reprodução
Vivem 2 a 3 meses, durante os quais acasalam 1 a 2 vezes, dando origem a uma postura de 20 ovos a 50 ovos. O período mais propício para o acasalamento é entre a Primavera e o Outono.
O sistema reprodutor dos machos e fêmeas dos ácaros varia consideravelmente. Em machos, os componentes básicos são testículos, uma ou mais glândulas acessórias e um duto ejaculatório. Vesículas seminais podem ser encontradas entre as glândulas acessórias e o ducto ejaculatório em Parasitengonina. Em fêmeas, o sistema reprodutor consiste no pareamento ou na fusão de ovários e ovidutos, um útero mediano, uma câmara progenital, uma vagina e uma abertura genital terminal. A função fundamental da abertura genital é a oviposição. A transferência direta de espermatozóides para a abertura genital ocorre em váriosProstigmata, porém, em Astigmatina e alguns Prostigmata, a transferência ocorre por uma abertura especial, a bursa copulatória, localizada no idiossoma da fêmea. A bursa se conecta internamente ao receptáculo seminal que culmina nos ovários. Alguns machos em Astigmata possuem um órgão intromitente especializado, que pode ser chamado de pênis.

Respiração
Grupos com Endeostigmata e alguns Oribatida e Prostigmata fazem respiração cuticular. A grande maioria dos ácaros trocam seus gases pelo stigmata, um sistema traqueal ramificado que se abre externamente através dos espiráculos. O stigmata possui uma ampla variedade de formas, quantidades e associações nos diferentes grupos, mas costuma estar conectado à um sistema traqueal bem desenvolvido.

Alimentação
Os ácaros apresentam uma alimentação muito diferenciada entre os grupos, podendo ser parasitas de vertebrados, invertebrados ou plantas. Além disso, alguns grupos são predadores de fungos e bactérias. O tipo de alimentação depende da forma e função das quelíceras e do trato digestivo. Dessa forma as principais estratégias alimentares são o parasitismo,fitofagia, micofagia e saprofagia. No caso dos predadores, as presas mais frequentes são nematódeos e pequenos artrópodes (mesmo outros ácaros e até crustáceos pequenos, quando em ambiente aquático). Os parasitas, em geral, são ectoparasitas. 
Nas habitações os ácaros alimentam-se de partículas resultantes da descamação de pele humana e de animais. Por dia, o homem perde cerca de 1g destes pedaços de pele. Os ácaros abundam nos colchões, mantas d lã, almofadas de penas, tapetes, alcatifas, sofás e bonecos de pelúcia, desenvolvendo-se em condições ótimas de umidade superior à média de 70% a 80% e de temperatura superior a 20 °C. Em altitudes superiores a 1200 metros, os ácaros deixam de ter boas condições de vida. Por este motivo, a estadia em regiões montanhosas pode conduzir ao alívio de certas alergias.
Entre os ácaros parasitas do homem, existem os que atingem os folículos pilosos e glândulas sebáceas, como Demodex folliculorum, que provoca a formação de cravos , e parasitas cutâneos, como Sarcoples scabiei, o causador da sarna humana (escabiose). Este forma túneis na epiderme e libera secreções que provocam forte irritação. A deposição contínua de ovos nos túneis garante a perpetuação da infestação. O contato com áreas infestadas da pele pode transmitir o ácaro para outro hospedeiro.
Apesar das alergias e parasitismos, muitas espécies são benéficas para o homem por predarem outros invertebrados, considerados pestes para a agricultura e plantações ornamentais, além de predarem plantas daninhas. São importantes, também, para a reciclagem de nutrientes no ecossistema, quebrando-os em tamanhos menores para que possam ser utilizados por outros decompositores.

  

Carrapatos 



Os carrapatos são artrópodes da ordem dos ácaros. São parasitas, responsáveis pela transmissão de inúmeras doenças. Os carrapatos se alimentam do sangue de homens e cães, e precisam se alimentar pelo menos três vezes para conseguir completar seu ciclo, geralmente seus escolhidos são os mesmos hospedeiros nessas três vezes: homens e cães ou diferentes animais.
É difícil perceber o carrapato durante a picada ou durante sua fixação em qualquer animal. Ao se alimentarem por mais de um hospedeiro, o carrapato pode transmitir doenças, pois em sua saliva existe um componente com propriedades anestésicas, juntamente com outros que previnem a coagulação, o que faz com que doenças sejam transmitidas. Em um hospedeiro, o carrapato pode permanecer fixado por até duas semanas. Após essa alimentação longa as fêmeas desenvolvem 50% de seu peso em ovos, que são produzidos ao morrer.
Carrapatos são totalmente prejudiciais à saúde, desenvolvendo doenças gravíssimas em pessoas como Febre Maculosa, Doença de Lyme, Babesiose e Erliquiose Canina. Por essas doenças serem perigosas, elas podem levar até à morte, caso não sejam cumpridos os tratamentos adequadamente.



Ciclo de vida

Todas as espécies possuem quatro fases de vida: ovo, larva, ninfa e adulto. As fêmeas alimentam-se de sangue, necessário para uma boa maturação dos ovos, ao contrário dos machos que raramente o fazem. O cruzamento entre o macho e a fêmea ocorre na superfície da pele do hospedeiro, mas para colocar seus ovos, a fêmea cai no solo, onde deposita entre  2000 a 5000 ovos.
Localização
São encontrados por toda a Terra tanto na área rural quanto na cidade, parasitando homens e animais, como cães, galinhas, cavalos, gado, gatos.

Forma
Possuem tamanho entre 0,25 e 1,5 centímetros. Em jejum são planos no sentido dorso-ventral (achatados), porém após a alimentação adquirem a forma convexa ou esférica.A coloração varia com a espécie, podendo ser preta, marrom, preta e vermelha, preta e amarela ou avermelhada.Sua carapaça é composta por quitina, na forma de um exoesqueleto, bem resistente e firme em relação a sua pouca espessura.

Tipos de parasitismo

Carrapatos da família Argasidae normalmente não permanecem aderidos ao hospedeiro por períodos prolongados; passam a maior parte do tempo no ambiente (escondidos em frestas em abrigos de animais, por exemplo) e procuram o hospedeiro apenas para se alimentar, normalmente quando estes dormem. Esses carrapatos são notáveis por poderem permanecer em jejum por períodos prolongados, freqüentemente mais de um ano, esperando pela oportunidade de se alimentar. Já os carrapatos da família Ixodidae permanecem longos períodos sobre seus hospedeiros. Aqui, há dois principais tipos de parasitismo:
  • Carrapatos de um hospedeiro, como o carrapato do boi Boophilus microplus, aderem ao hospedeiro quando ainda na fase de larva, alguns dias após eclodirem dos ovos; após iniciarem o parasitismo, crescem ficando com aspecto "ingurgitado", realizam mudas chegando à fase adulta. Após as fêmeas estarem alimentadas (ingurgitadas) com o sangue, as fêmeas caem no solo e procuram um local protegido para realizar a postura de ovos. As fêmeas produzem milhares de ovos morrendo em seguida.
  • Carrapatos de dois hospedeiros, em que os estágios de larva e ninfa ocorrem no mesmo hospedeiro, mas o estágio de adulto num hospedeiro diferente
  • Carrapatos de três hospedeiros, como o carrapato do cavalo Amblyomma cajennense: esses carrapatos caem ao solo para realizar as mudas, subindo em um novo hospedeiro em seguida.

Tipo de carrapatos

Carrapato-de-Boi
Carrapato-de-cavalo


Carrapato-de-galinha

Carrapato-vermelho-do-cão



Ciclo de Vida dos Carrapatos

O carrapato não permanece no animal durante toda a sua vida ;freqüentemente ele vai ao solo para colocar seus ovos.Após a eclosão dos ovos, há o surgimento das larvas do carrapato que sobem na grama e arbustos a procura de um novo hospedeiro. Assim o controle dos carrapatos envolve o ambiente onde ele vive. Esse controle é através de acaricidas (produtos específicos para o ambiente), poda da vegetação e retirada de lixo ambiental.
DOENÇAS
Os carrapatos alimentam-se do sangue de seus hospedeiros, através da picada; assim a perda de sangue é uma questão importante quando se trata das infestações por carrapatos. As doenças também são transmitidas através dessa picada, por um carrapato infectado. Existem algumas espécies de carrapatos, responsáveis pela transmissão de certas doenças.
Babesiose canina
É causada por um protozoário ( Babesia canis), capaz de causar a infecção dos glóbulos vermelhos dos cães, destruindo-os e levando a uma anemia grave.Ela é transmitida por várias  espécies de carrapatos. Os sintomas são perda de apetite, apatia, febre, anemia (mucosas pálidas), icterícia e diarréia.
Erliquiose canina
É causado por uma riquétsia ( Erlichia canis), que parasita os  glóbulos brancos do sangue, levando à sua destruição. Por essa característica é uma doença de difícil diagnóstico e tratamento. Seus sintomas são febre, perda de apetite e peso, manchas na pele (hemorragias), fraqueza muscular e em estados avançados, sangramentos nasais e vômitos. A erliquiose possui três fases, dependente do tempo da infecção.
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                                            Opiliões

                                                
 Sua Ordem é a terceira mais numerosa da classe Arachnida (6.000 à 10.000 espécies), perdendo apenas para a Ordem Acari e Araneae. As principais características diagnósticas da Ordem são: fusão entre cefalotórax e abdomên; presença de pênis e ovipositor; presença de um par de glândulas repugnante na região lateral-anterior. São divididos em 4 grandes Grupos ou Subordens: Cyphophthalmi, Eupnoi, Dyspnoi e Laniatores. Apresentam hábito predominantemente noturno e são conhecidos popularmente no Brasil como aranha-bode, aranha-fedorenta, devido à secreção que podem soltar quando ameaçados. São inofensivos para humanos. Ainda é uma ordem pouco distinta, mas o conhecimento sobre a sua biologia vêm aumentando bastante principalmente no século XXI.

 Morfologia
 Os opiliões são inofensivos e caracterizam-se pelas pernas articuladas excepcionalmente longas em relação ao resto do corpo. Apesar das semelhanças superficiais com as aranhas, com as quais são geralmente confundidos, estes aracnídeos representam um grupo distinto. O corpo está divido em prossoma e opistossoma que encontram-se fundidos em toda a sua largura, formando uma estrutura ovalada ou arredondada sem separação visível dos dois tagmas. Em contrapartida, as aranhas apresentam o prossoma e opistossoma bem distintos. O prossoma dos opiliões porta um par de olhos medianos (raramente ausentes) sobre um oculário e lateralmente um par de aberturas das glândulas odoríferas (ou de cheiro), chamadas ozóporos. Essas glândulas secretam um líquido de cheiro característico quando o animal é perturbado. Os estigmas traqueias e abertura genital, que pode ser coberta por uma placa ou não, ficam na porção ventral do opistossoma. As fêmeas adultas possuem ovipositor e os machos adultos um longo pênis ou espermatopositor. Além de alguns grupos de ácaros, os opiliões são os únicos aracnídeos a possuirem ovipositor/pênis.

O tegumento é revestido por uma cutícula de duas camadas. Esta camada cuticular é altamente plástica (com grandes mudanças dentro do grupo), sendo utilizada até com função estridulatória. Também existem glândulas adesivas que permitem a camuflagem por adesão de partículas de solo. Por fim, existem órgãos especializados em recepção de sinais mecânicos, como os órgaos liriformes, que são mais sensíveis a vibrações que passem pelas pernas, facilitando a recepção de sinais mecânicos advindos do solo.
Os seis pares de apêndices, como em todos os aracnídeos, são prossomáticos. Os opiliões possuem um par de quelíceras com três segmentos e pedipalpos com seis segmentos: coxa, trocânter, fêmur, patela, tíbia e tarso. Os pedipalpos primariamente são órgãos sensoriais, porém em Laniatores estes são raptorias, com robustos espinhos, para agarrar e despedaçar o alimento. Os quatro pares de apêndices ambulatoriais podem ser bastante alongados e possuem sete segmentos: coxa, trocânter, fêmur, patela, tíbia, metatarso e tarso. O segundo par costuma ser mais alongado e com maior segmentação tarsal que os demais, e é usado para funções sensoriais, e não para locomoção, como se fosse uma antena, por isso é chamada de perna anteniforme.

 Sistema Reprodutivo

Os opiliões foram os primeiros, e um dos únicos grupos dentro de  Arachnida , a apresentarem aparato genital para transferência direta do esperma:pênis nos machos e ovipositor nas fêmeas. A caracterização do pênis é indispensável para a determinação específica dentro dos opiliões, já que diferentes grandes grupos apresentam estrutura incrivelmente diferente, principalmente dentro da categoria de família e relacionado à musculatura (divididos em: pênis com 3 músculos e garras de fixação (Cyphophthalmi), dois músculos, 1 músculo ou sem músculo algum).
Oaparelho genital se divide em porção mesodérmica (gônodas, canais efetores, vesícula seminal, órgão propulsor) e ectodérmica. O modo de transferência de sêmem difere entre os grupos. O canal seminal se estende através do tronco e glande. A musculatura do tubo do tronco não tem relação com a expulsão de esperma. Esta é efetuada por um órgão propulsor no útero interno. Acho que a figura tem q retirar pq veio de livro e está fora do regulamento da wikipedia colocar figuras que não são da nossa própria altoria ou q estão no banco de dados deles. Todas as modalidades de ‘glande’ - sob o que foram agrupadas estruturas heterogêneas - aumentam basicamente o movimento da posição distal do pênis. Elas servem evidentemente para introduzir a abertura do duto ejaculatório o mais exatamente possível no ovipositor e/ou nos receptáculos seminais, onde o esperma é depositado.
  
Órgãos Sensoriais
 Dentre os animais da aracnofauna subterrânea brasileira, há - aproximadamente- 15 espécies de opiliões, que possuem diversas adaptações morfológicas e fisiológicas a ambientes escuros e de caverna. Sua adaptação morfológica mais evidente relacionada às estruturas sensoriais é o alongamento dos apêndices, nos quais pode haver um aumento do número de órgãos sensíveis a estímulos químicos e mecânicos. Eles tateiam tanto o substrato quanto as presas, para identificarem e se localizarem em espacial, reprodutiva e de alimentação.

Munidos de tais estruturas os animais podem detectar o alimento mais rapidamente e a uma maior distância, gastando menos energia. Em opiliões há casos de redução ou perda de olhos. Uma exceção a esse caso são opiliões Megalopsalis sp e Hendea sp, que apresentam olhos grandes capazes de detectar larvas bioluminecentes de dípteros.
Por meio de observações e experimentos comportamentais, nota-se que espécies de caverna tipicamente utilizam pistas e sinais químicos e mecânicos para se comunicar com o sexo oposto e encontrar alimento.


Sistema Respiratório

Opiliões respiram através de um grande sistema traqueal que se abre para a atmosfera através de um par de espiráculos localizados no opistossoma, posteriores às coxas do último par de pernas. Esse sistema respiratório pode ser classificado como um pulmão traqueal até que haja investigações mais profundas. As traqueias são semelhantes à de insetos . Os espiráculos apresentam uma variedade de formas em diferentes grupos. Eles podem estar expostos ou ocultos e a abertura pode ter uma variedade de formas. A abertura é normalmente guardada por espinhos ou projeções cuticulares que formam uma grade ou rede, que pode ser muito ornamentada. Estes atuam provavelmente como filtros, excluindo partículas e parasitas.

Alimentação

Os opiliões são predadores e se alimentam de pequenos invertebrados, incluindo outros opiliões, vivos ou mortos.  Outros são saprófagos . Também existem os que sugam sucos vegetais.A maioria das espécies é onívora. Eles manipulam os alimentos com o auxílio dos pedipalpos equelíceras. Ao contrário da maioria dos aracnídeos, como as aranhas e os escorpiões, que só conseguem ingerir líquidos, os opiliões são capazes de ingerir partes sólidas, sem a necessidade de dissolver antes o alimento. Geralmente as fêmeas se alimentam com maior frequência quando estão em época de deposição dos ovos.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Escorpiões

                                                    Escorpiões
Os escorpiões, também conhecidos como escorpionídeos, pertencem à classe dos aracnídeos. São animais muito antigos, já foram encontrados fósseis que datam de 420 milhões de anos, período através do qual pouco mudaram. Sabe-se, hoje, que o escorpião foi o primeiro artrópode a viver em terra. O Tamanho destes aracnídeos oscila entre 12 mm (Microtityus waeringi) a 21 cm (Hadogenes troglodytes).

Habitat:Os escorpiões vivem em regiões temperadas tanto em tocas como debaixo da terra. Geralmente sob pedras, madeiras, troncos podres. No deserto cavam tocas na areia para se proteger do calor e do frio. Trata-se de animais carnívoros que têm hábitos noturnos e se alimentam principalmente de insetos e aranhas.

Modo de alimentação:os escorpiões podem ficar até 23 meses sem se alimentar, isso graças a um órgão interno que armazena comida. Quando muito famintos, os escorpiões podem praticar o canibalismo. Eles têm a visão pouco desenvolvida, utilizam pêlos que funcionam como sensores capazes de reagir ao menor movimento.Para alimentar-se, o escorpião segura sua presa com as pinças, curva para frente sua cauda e, com o ferrão, injeta o veneno em sua presa, paralizando-a quase imediatamente.

Reprodução do Escorpião:Durante o período de reprodução, o macho e a fêmea se envolvem em uma dança na qual se agarram pelas pinças. O escorpião não põe ovos, é um animal vivíparo, seus filhotes nascem por meio de parto e a gestação dura de alguns meses a um ano, dependendo de cada espécie. Os filhotes, quando nascem, ficam nas costas da mãe até a primeira troca de pele.

                             Fêmea Macho

Estrutura corporal dos Escorpiões:
                                          Classe Aracnídea
O corpo dos escorpiões é dividido em prosomo (cefalotórax), mesossomo e metassomo.
  • O prosomo é a região anterior, onde se encontram os olhos, quelíceras, pedipalpos terminados em quelas (pinças) e pernas e os pentes.
  • O mesossomo é a região larga do corpo, onde se encontram as cauda, ali se encontram uma estrutura cilíndrica com um espinho na ponta, chamada telson (o ferrão), duas glândulas de veneno e o ânus.
Algumas espécies atingem dimensões da ordem dos 30 cm e chegam a capturar até pequenos vertebrados (lagartos, rãs e roedores). Os artrópodes possuem esqueleto externo—o exosqueleto, uma estrutura dura, quitinosa, que reveste seu corpo. Os aracnídeos são artrópodes sem antenas, com quatro pares de patas torácicas e um par de palpos. Respiram por meio de filotraquéias, pulmões foliares, como páginas de um livro. Seu corpo é dividido em cefalotórax e abdômen.
Os escorpiões diferem dos outros aracnídeos por terem palpos compridos, além da característica cauda longa e perigosa. Os palpos funcionam como pinças grandes e poderosas, que podem ser usadas para segurar e dominar suas presas. São muito sensíveis ao tato e ao deslocamento do ar, devido à presença de cerdas muito longas e finas.Os escorpiões também podem possuir maior número de olhos que outros aracnídeos, algumas espécies chegando a possuir até seis pares, embora não seja comum.
O corpo do escorpião é constituído por uma parte mais volumosa, o tronco, e por outra mais longa e estreita, chamada cauda. A carapaça que constitui o tronco sem apresentar segmentação é chamada prossoma e engloba o cefalotórax, que não apresenta uma cabeça distinta. A parte que constitui o abdômen é o opistossoma e é bastante segmentada, chegando a apresentar doze segmentos. O opistossoma divide-se em mesossoma, porção abdominal que faz parte do tronco, e metassoma, porção formada pelos cinco segmentos posteriores. Estes constituem a cauda, juntamente com o telso, o último anel. A cauda termina como um aguilhão e é através deste ferrão que o escorpião inocula sua peçonha. No cefalotórax localizam-se os dois olhos medianos, na saliência cômoro-ocular, e os olhos laterais, de cada lado da carapaça.

Tipos de escorpiões:
Escorpião Amarelo


 O escorpião amarelo é uma das 1600 espécies (e subespécies) de escorpião catalogadas em todo o mundo. No Brasil, são encontradas cerca de 140 espécies, sendo o escorpião amarelo um dos de maior incidência, sobretudo na região sudeste do país. Além de ser encontrado em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, são encontrados também em Goiás, no Paraná e na Bahia.
Como indica seu nome, essa espécie tem coloração amarelada, apresentado uma mancha castanho-escura no fim da cauda (antes dotelson – ferrão que inocula o veneno), além de uma serrilha. Tem uma visão pouco desenvolvida, compensada por pêlos sensoriais (sensíveis ao deslocamento de ar), que auxiliam na localização de suas presas. O escorpião amarelo mede entre 6 e 7 cm de comprimento.
De hábitos noturnos, os escorpiões vivem em locais escuros, quentes e úmidos. Na região urbana, são encontrados em locais com entulhos, pedras, dentro de sapatos, junto a roupas, etc. Seu hábitat natural é o Cerrado.
O escorpião amarelo é carnívoro. Alimenta-se de baratas, aranhas, podendo ocorrer inclusive canibalismo. Sobrevive sem alimentação por um tempo prolongado.
A reprodução dos escorpiões-amarelos é curiosa, já que não existem escorpiões-amarelos machos. Assim, a reprodução ocorre por partenogênese, ou seja, os óvulos da fêmea se dividem sem fecundação com o espermatozóide. Podem ser gerados até trinta embriões, que se desenvolvem dentro do corpo da mãe. Quando nascem, os filhotes vivem no máximo duas semanas no dorso da mãe. Após esse período, se tornam independentes. A maturidade para a reprodução dessa espécie ocorre entre 1 e 3 anos de idade. Para reproduzir, a fêmea necessita de boas condições de alimentação e de calor.

Escorpião Preto:

Tityus bahiensis, também conhecido como escorpião-preto, é um escorpião do Leste e Centro do Brasil. Mede 6 cm de comprimento, tem coloração muito escura e patas castanhas. A espécie é responsável, no Brasil, pelo maior número de casos de acidentes escorpiônicos em áreas rurais.
Esse escorpião também é conhecido como escorpião-marrom. Em seus pedipalpos, encontra-se uma mancha preta em meio à cor alaranjada de seus membros, no último segmento do pedipalpo, antes da quela. Essa característica, juntamente com sua cor alaranjada e ausência de serras na cauda, são as principais formas de sua identificação.
O escorpião preto costuma se alimentar de baratas, grilos, tenébrios, aranhas, e até larvas de insetos.
Eles possuem hábitos noturnos, saindo para caçar presas ou acasalar à noite. De dia se escondem sob madeiras e pedras, ao abrigo da luz, da qual não gostam.Essa espécie de escorpião prefere ambientes úmidos, como a Mata Atlântica e em matas ciliares da região do cerrado.
Em fêmeas e machos o tempo é igual, variando de 3 a quatro anos.

Venenos e Toxidade:O ferrão do escorpião (chamado de telson), além de servir para agarrar a presa, se defender, e no acasalamento, inocula na presa um veneno. Este veneno contém uma série de substâncias cuja composição química não está bem definida, porém contém neurotoxinas, histaminas, seratonina, enzimas, inibidores de enzimas, e outras. Parece, segundo os pesquisadores, que as neurotoxinas agem sobre as células nervosas da presa, com uma certa especificidade, dependendo do tipo de animal.É interessante saber que a toxicidade do veneno de um escorpião pode ser comparada com o tamanho de seus pedipalpos (o equivalente ao braço humano do escorpião); quanto mais robustos os pedipalpos, menos o escorpião utiliza-se do veneno para com suas presas e quanto menores eles forem, mais o veneno do escorpião pode ser letal às suas presas.